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06 de Agosto de 2013

Couro: as propriedades, os atributos e a sustentabilidade deste artigo

É nas raízes da evolução que se inicia a relação do homem com o couro. Desde os tempos primitivos, a humanidade recorreu à utilização de peles de animais para proteger o corpo de condições climáticas adversas – o que foi determinante para a evolução da sociedade. Hoje, milhares de anos depois, essa relação se estendeu e o couro é um artigo consagrado na moda e no dia a dia, em produtos como calçados, bolsas, roupas, acessórios e no mobiliário. Para muito além da moda, no entanto, o couro de tantos itens que vemos em shoppings e no comércio das cidades é um artigo natural da sustentabilidade: como subproduto da carne, ele é o reaproveitamento de um material que está dentro de um ciclo renovável.
 
No Brasil, o trabalho responsável da indústria curtidora é notório em escala mundial – tanto pela legislação nacional como pelo esforço próprio dos gestores industriais em tornar esta uma atividade com cada vez menos impacto à sociedade. O país é a nação com o maior número de certificações do LWG – grupo internacional que certifica curtumes por práticas ambientalmente responsáveis, com a participação de representantes de empresas como Adidas, Nike, Burberry e LVMH. Dentro deste cenário – efervescente em ideias e inovações no campo da responsabilidade com o meio ambiente, a sociedade e a economia – nasceu o Fórum CICB de Sustentabilidade, organizado pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, e que em 2013 realizou sua 2ª edição, com caráter internacional e a participação de mais de 600 pessoas para discutir as melhores práticas e ideias para o setor.
 
Reconhecido pela sustentabilidade, o couro do Brasil também ganha as luzes em nível global por suas características de qualidade e beleza. O país é o 2º maior em produção de couros no mundo, exportando cerca de 70% de sua produção para diversos mercados, como o calçadista, automotivo e moveleiro, para gigantes da indústria e do varejo.
 
Na carona destes atributos, surgiram expressões errôneas como “couro ecológico” e “couro sintético”, que nada mais são do que artigos que tentam imitar artificialmente – sem sucesso – as propriedades do couro. Além de erradas, essas expressões infringem a Lei 4.888, vigente desde 1965, que proíbe a utilização do termo couro para produtos que não tenham sido obtidos exclusivamente de pele animal. A expressão “couro legítimo” é igualmente proibida pela Lei. Os produtos devem ser identificados apenas como couro. A infração à Lei do Couro constitui crime de concorrência desleal previsto no artigo 195 do Código Penal, cuja pena é a detenção do infrator de 3 meses até 1 ano, ou multa.
 
Conforme explica o presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil – entidade que há 56 anos representa o setor –, há um extenso trabalho sendo feito no país para educar a população sobre os mitos que envolvem a produção de couros e a questão da Lei do Couro. “O couro é um material naturalmente resistente ao atrito, flexão e à tração. Suas propriedades naturais como a absorção da umidade, transpiração e regulagem de temperatura são características ideais para a produção de peças como calçados e roupas e são impossíveis de serem reproduzidas artificialmente”, afirma o gestor.
 
Uma informação técnica do Centro Tecnológico do Couro Senai, de Estância Velha (RS), destaca que o erroneamente chamado ‘couro sintético’ é uma mescla de materiais sintéticos, que não contém couro em seu processamento. A composição destes materiais é ampla, sendo originária, na maioria das vezes de fontes não renováveis, como o petróleo. “Existem fatores que limitam o emprego do produto sintético, tais como: dificuldade em eliminação do suor (devido à baixa capacidade de efetuar trocas térmicas), reduzida resistência a fatores ambientais (altas temperaturas, elevada umidade e a ação de agentes químicos) e possibilidade de se vitrificarem em baixas temperaturas e fundirem-se em altas temperaturas”, destaca a informação técnica.
 
O mesmo documento esclarece que a propriedade que o couro tem de, por um lado impedir a passagem de água e por outro permitir a passagem de ar e vapor, é a base do conforto proporcionado por artigos fabricados com esta matéria-prima. “Sua vasta utilização também está relacionada ao fato do couro ser um produto naturalmente resistente, flexível, e que não se hidrolisa facilmente. Apresenta uma estrutura porosa que permite a absorção da umidade e da transpiração (propriedades higiênicas), permitindo trocas térmicas, além de possuir aspectos como durabilidade, conforto e resistência a temperaturas extremas”, destaca o documento.

Fonte: Assintecal

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